A tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) sofreu mudanças significativas no último ano, entrando em vigor neste ano. Contudo, a Unafisco, representante de auditores fiscais da Receita Federal, alerta que aqueles que recebem a partir de 2 salários mínimos agora estarão sujeitos à cobrança do imposto.
A Mudança na Faixa de Isenção e a Promessa de Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu elevar a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil. No entanto, a alteração inicial focou na isenção para aqueles que ganham até R$ 2.112 por mês, com a adição de uma parcela bônus de R$ 528, totalizando R$ 2.640, equivalente a dois salários mínimos de 2023.
Impacto do Aumento do Salário Mínimo na Tributação
Com o aumento do salário mínimo em 2024, indo de R$ 1.320 para R$ 1.412, a faixa de renda antes considerada isenta foi diretamente afetada. A Unafisco Nacional destaca que o reajuste de 10,16% no salário mínimo resultou em ganhos de até R$ 2.824 para aqueles que recebiam até dois salários mínimos no ano anterior.
Cálculos da Tributação para Quem Ganha 2 Salários Mínimos
Segundo Mauro Silva, presidente da Unafisco Nacional, com a correção da tabela, os trabalhadores que ganham até 2 salários mínimos (R$ 2.824) passarão a recolher R$ 13,80 de imposto mensalmente.
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Unafisco Cobra Atualização com Base no IPCA Acumulado
A Unafisco defende que o governo federal realize a correção da tabela do Imposto de Renda com base no IPCA acumulado desde 1996, descontando os ajustes ocorridos ao longo desse período. Nesse cenário, a faixa de isenção seria corrigida em 133,65%, e as demais faixas em 159,17%. No entanto, o governo evita adotar esse índice como referência, alegando a perda de R$ 204 bilhões em arrecadação se essa mudança fosse autorizada.
Desafios e Perspectivas para os Contribuintes
As mudanças na tabela do Imposto de Renda têm implicações significativas para aqueles que recebem a partir de 2 salários mínimos. Embora o governo busque equilibrar as finanças públicas, a Unafisco destaca a importância de uma atualização que considere a inflação acumulada ao longo dos anos.
Os contribuintes, especialmente os que estão na faixa de isenção, devem ficar atentos às atualizações e às discussões em torno da tabela do Imposto de Renda. Enquanto isso, a Unafisco continua pressionando por uma correção mais justa, levando em consideração o impacto econômico sobre os trabalhadores brasileiros.