O aumento do salário mínimo em 2024, com um reajuste de 10,16%, tem gerado repercussões significativas, especialmente no que diz respeito ao Imposto de Renda. A Unafisco, empresa de auditores fiscais, argumenta que o cenário atual pode levar mais brasileiros a pagar o Imposto de Renda à Receita Federal. Vejamos o que está em jogo.
Correção do Salário Mínimo e Imposto de Renda
Com a correção de 10,16% no salário mínimo, os rendimentos de quem ganha dois salários mínimos aumentaram de R$ 2.640 em 2023 para R$ 2.824 em 2024. Essa mudança, segundo o presidente da Unafisco, Mauro Silva, acaba “punindo” aqueles que recebem menos. Para compensar essa situação, a Unafisco defende a atualização da tabela do Imposto de Renda.
Impacto na Isenção do Imposto de Renda
A Unafisco estima que mais de 33 milhões de pessoas que recebem até R$ 4.942,29 por mês poderiam ficar isentas do Imposto de Renda em 2025 se a tabela fosse corrigida integralmente pela inflação. A correção na tabela é vista como uma forma de equilibrar os impactos do aumento do salário mínimo.
Mudanças na Faixa de Isenção
Em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs uma mudança na faixa de isenção do Imposto de Renda. O limite que era de R$ 1.903,98 passou para R$ 2.112, com uma parcela bônus de isenção de R$ 528. Isso resultou na isenção para aqueles que ganhavam até R$ 2.640, equivalente a dois salários mínimos da época.
Impacto para 2024
Com o novo salário mínimo em 2024, novas pessoas começarão a pagar ou voltarão a ser tributadas pelo Imposto de Renda. Enquanto em 2023 quem ganhava até dois salários mínimos (R$ 2.640) ficava isento, em 2024 a isenção abrange quem ganha até R$ 2.640, mas a soma de dois salários mínimos agora é de R$ 2.824. Isso significa que quem ganha dois salários mínimos já não fica mais isento da cobrança.
Cálculo do Imposto de Renda para Quem Ganha até 2 Salários Mínimos em 2024
A Unafisco divulgou que os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos pagarão:
- R$ 13,80 de imposto por mês.
- R$ 169,59 de imposto por ano.
Essas mudanças evidenciam a complexidade da relação entre o reajuste do salário mínimo e a tributação pelo Imposto de Renda, sendo necessário um ajuste na tabela para garantir uma equidade fiscal.